Hoje é a
primeira vez que te escrevo, com a imensa vontade de dizer tantas coisas, mas
não cabe a mim, dizer ou escrever, o que está escrito para ser da gente. De repente me deparei no meio desse caminho,
com um tropeço bem dado. Não sei por onde começar, só sei que não desejo terminar...
Ilusão ou não, fantasia ou não, desilusão ou não, amor ou não, pela primeira vez
na vida não desejo tradução. Basta-me o abraço, o cheirinho de alguma coisa muito
boa, tão boa que fica na gente por muito tempo, mesmo quando vai embora.
Basta-me o sorriso desajeitado, quando inventa de me encarar, mesmo sabendo que
não resisto. Basta-me a presença, o abraço, a sensação de abrigo quando segura
na minha mão e me conduz a algum lugar.
Hoje é a
primeira vez, que digo, recito, grito, mesmo calada, sou bem mais feliz, dês de
a noite passada, dês de outras noites incontáveis, incomparáveis, inesquecíveis,
como se a memória repetisse toda manhã o quanto eu sou mais feliz. Agora eu
digo, até quando Deus quiser, até quando permitir, que a felicidade more aqui
bem dentro de mim, pois pessoas são palavras escritas devagarzinho nas varias
formas de desenhar um coração.
Hoje parece
sempre. Sempre parece infinito. Infinito parece o agora. Agora parece ser o único
instante em que tenho para recitar as palavras mais bonitas que possa existir
nesse mundo. O mundo parecia irreconhecível para mim, não me cabia nas paredes,
nas cores, no respirar. Faltava-me razão, faltava-me solução, faltava-me você.
Hoje vai ser eterno, por quantos hoje a gente durar, hoje, poder ser, amanhã,
hoje pode ser depois e depois, hoje pode ser agora, hoje pode ser tudo que a
gente desejar. Hoje é o nosso dia de celebrar a metade de mim que hoje é você.