A vida nunca mais seria a mesma,
aparte daquele dia que encontrar com a morte cara a cara, percebera o quanto
teria desperdiçado cada segundo que ainda lhe restara, olhou ara trás e sem
demora viu, que não era nada ate aquele exato momento, e não haveria tempo
algum de ser, porque sentiu que seria a sua hora de parti, não saberia exato
para onde, mais sabia que o corpo já não respondia seus comandos, e aos poucos
ia se apagando, não ouvia os gritos de sua mãe desesperada ao lado, nem reagia
aos comandos do doutor, era quase de manhã quando voltara de uma festinha
qualquer, com uns amigos qualquer que se diziam amigos, mais eram tão inimigos
a ponto de lhe oferecer um álcool, uma droga ou sei La o que, aceitara por sua inútil
fraqueza de acreditar que os “garotões” tinha que usar essas coisas, tinham que
ser inutilmente mais um, igual a qualquer um, vitima do próprio delírio de
achar que a vida só teria sentido se estivesse na lista dos bonitos da cidade,
que desfila, com ar de superioridade nariz empinado, cigarro na mão,
tremendamente alcoolizados, sem lucidez para apreciar se quer a loucura que fizera. Os “garotões” da cidade tinham todas as
mulheres aos seus pés, porem por uma noite, ou uma longa noite de prazer e nada
mais, os “garotões” da cidade tinham muitos amigos, era reconhecido em todo
lugar que frequentara, eram considerados melhores, maiores, imbatíveis, invencíveis,
e era assim que aquele garoto queria se sentir, mesmo que por poucas horas,
mesmo que por alguns minutos ou segundos, a sensação não era tão ruim assim,
porque se sentira um dos “garotões” da cidade. Só não lhes pergunte sobre o dia
seguinte, só não lhes pergunte sobre o depois, porque era tão vazias quanto se
olhar no espelho quebrado e se enxergar despedaçado mesmo não estando, e que em
qualquer momento real, seria ele o espelho quebrado, que mesmo remendado,
haveria as marcas registradas pra sempre, para quem o olhasse, seria apontado
como o fracassado, e assim que queria mesmo ser chamado para sempre ou por
todos os dias, restante de sua vida, tão sem vida, tão sem valor algum, é
preferível o espelho quebrado e olhar para ele todas as manhas sem reclamar da
forma estranha de se enxergar, do que ver e sentir na própria pele. Pois é
justamente assim que os “garotões” da cidade se enxergam, espelhos
inquebráveis, aparentemente felizes e realizados, por ser tão inútil nessa
vida, aparentemente filhos de papai, que se envergonha de chamar de filhos. E
um dia a sorte pousa ao seu lado, cedo ou tarde de mais, com volta ou sem
volta, com tempo de correr atrás do prejuízo, ou com tempo de ao menos se
envergonhar disso, de serem meros passageiros sem valor algum. E um dia desses
de cara com a morte lamenta-se pelo que foi, e pelo que não poderia mais ser.
Jussara Costa
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