Eu dizia ei
vida, venha cá, não me deixe fraquejar, não me deixe não. Eu sonhava que com
essa idade eu teria feito grande parte do que ficou em meus sonhos anos atrás.
Aqui estou com todos os sonhos nas costas, totalmente pesados, mais não há
ninguém que possa carrega-los por mim. Apesar de que alguns deveriam ser
deixados pelo caminho, de preferências os maiores, que me parecem ser sobrecarregados
de desafios.
É vida eu
sei que algumas pessoas simplesmente não querem sentir esse peso, e desistem
facilmente de carregar seus sonhos, e o pior de tudo é joga-los pelo caminho,
como se não fizessem parte de uma esperança sua. Acomodam-se a leveza nas
costas, que dura até quando a consciência despertar, quando isso acontece surge
às frustrações, os delírios, lamentação. É acho que não deveria ter desistido
dos sonhos, dos planos, dos desejos de tudo.
Estou
construindo meu caminho, mesmo não sendo tão meu, porque pra ele ser realmente construindo
não depende só de mim. Primeiro grande passo, não sou quase nada sozinho. Estou
sonhando alto, mais com os pés firmes no chão por onde ando, por onde aprendo,
por onde alcanço devagarzinho mais uma colheita do que plantei. Segundo passo,
reconhecer nossas conquistas sem esperar ouvir isso de alguém. Estou trilhando novos caminhos, bem diferentes
do teu, isso não significa dizer que sou melhor, nem pior apenas busco sempre
descobrir minhas capacidades. Terceiro passo, nunca dizer que não sabe que não aprendi
que não consegui que não, que não e que não, sem ao menos ter tentado. Quarto
passo, caminhe, caminhe, caminhe, sem medo de errar, desejando acertar,
procurando encontrar o melhor que pode oferecer para você mesmo, aceite opiniões,
se espelhe em pessoas de sucesso, erre quantas vezes for preciso, mas nunca
deixe de caminhar com os próprios pés, no chão, no seu caminho, da sua cor preferida. Deixe seu brilho, sua luz, seu suor, sua
luta por onde passar. E depois de muito tempo, o bastante para ter vivido,
aceite o fato de ter se tornado um vencedor. Talvez nunca tenha ganhado
medalhas, nem troféus, mais vai saber que não desistiu de carregar os sonhos
nas costas, até quando eles se tornaram seus rastros no chão.