Havia uma
esquina no canto da cidade, com um endereço qualquer, número qualquer, mais lá
morava um coração bobo, lá abrigava a tão sonhada felicidade. Lembro-me como se
fosse ontem, como se fosse hoje como o encontrei, na leve e saudosa infância que
me deixou sem despedidas, do riso sincero e verdadeiro da simplicidade estampada
em cada ação, sem malícia a não ser chamar sua atenção. Dos caminhos
percorridos propositalmente e dos que o acaso ou o destino fez a honra de nos
conceder, dos dias em que se fez presente e dos diz que sem justificar teve que
desaparecer, dos dias que me fez sorrir, e do único que me fez chorar, pois
quando desejei voltar àquela esquina que um dia me fizera feliz, já não havia
mais lugar, nunca ouve a não ser no pensamento. Quem dera eu poder abrigar
aquela esquina que de nome já nos diz que deve morar a felicidade. Não deveria
ter te deixado ir assim tão facilmente querida felicidade, não deveria. Só que agora bem
distante aprecio aquela rua por onde passava sorridente só para descontrair a
mente. Eu ainda ei de encontrar outra esquina que me faça feliz. Mas pra que
não esqueça esquina, eu ainda guardo o papel amassado do bombom que eu recebi
no mês qualquer de um ano qualquer. Eu ainda guardo o cheirinho delicado, o
ultimo abraço apertado tão demorado que parecia o fim de mim e da esquina feliz. Mesmo assim eu decidi construir uma casinha, não era na esquina mais batizei de feliz, só pra ver se um dia passando por a minha rua pudesse lembrar do quanto me fez feliz, aqueles dois ou três dias do mês de julho ou dezembro, e quem sabe pedisse pra ficar e tomar um café feito por mim.
Jussara Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário