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terça-feira, 10 de setembro de 2013

A ESPERANÇA QUE JÁ MORREU


Havia um turbilhão de sensações e pensamentos dentro dela, não conseguia comer bem, dormir bem, fazer qualquer coisa de útil bem, só sabia que não queria mais esta ali, ocupando aquele lugar vazio no sofá da sala e vendo coisas fúteis na TV, ocupando o espaço na mesa ao invés de oferta-lo para quem de fato sentisse fome, ocupando a cama e o conforto de seus lençóis macios e sedosos onde na verdade não conseguia se quer senti-los. Ocupando a fotografia na estante sorridente como se fizesse isso frequentemente. Ocupado as bagagens de suas ocupações desnecessárias e a desordem exatamente do seu jeito desajeitado de ser. Ocupando o tempo alheio sem que demonstre-se que o tempo não foi tão perdido assim. Ocupando o lugar na igreja, na fila do banco, na cadeira do vizinho, no abraço escondido no temível olhar de retribuí-lo sem se importar com o depois. Ocupando a esperança perdida que fez o grande favor de me levar  junto com a sua partida.

Jussara Costa

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