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segunda-feira, 18 de março de 2013

DE CORAÇÃO PRA CORAÇÃO



E a gente há de se encontrar um dia desses qualquer, não mais importante, e vamos sorrir educadamente como quem não quer nada, mais que por pura educação e respeito trataríamos o próximo com carisma, estava dentro da gente o sorriso estampado pra quem quer que seja o enviado, agiríamos como completos desconhecidos, vividos de um passado tão distante mais tão próximo da bagagem esquecida no tempo. E a primeira frase seria “nossa há quanto tempo não nos vemos”, pois é e ai já casou? Teve filhos? Formou-se? Ta trabalhando? Não me atreveria a perguntar nada, mesmo com a imensa vontade de saber de seu tudo, e se havia realizado os sonhos que havia me contado se ainda gostava de rock ou MPB, se continuava comendo mais massa do que frutas e verduras, se já decidiu o que vai ser quando crescer se implica menos com as pessoas, se aprendeu falar inglês, se ainda usa o mesmo número, se frequenta os mesmo lugares, se fez novos amigos, se aprendeu alguma coisa nova, se amou outra vez, ou se amou pela primeira vez, se teve dias difíceis, se teve dias felizes, se ler as mesmas histórias, se ainda dorme de meias, se toca instrumentos, se deu mais atenção a sua família, se fez aquela tatuagem, se joga futebol, se toma alguma bebida alcoólica, se terminou o quadro que começou a pintar, se ainda tem medo do escuro, se só assiste filme comendo pipoca, se ainda gosta de massagens, cafuné, e beijo atrás da orelha, se te deixei saudade, se guardou as minhas cartas, meus emails, se me deixou sem desejar, e se ainda recorda de alguma coisa por menor que seja de nos dos. Não tivemos tempo nem pra isso nem para nada mais, o Carlos me esperava na sorveteria do outro lado do shopping e a Ana gritava por ele a poucos metros de distancia ”amor a sua filhinha quer levar  toda a loja de brinquedos.”
 Jussara Costa

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