Então ela sentou-se à mesa do bar e pediu uma dose de qualquer coisa, tinha um sorriso natural leve e transparente, usava traje simples e delicado, cabelo preso ao alto cruzou as pernas com firmeza e sorria sem parar, parecia está nem ai para quem estava em sua volta, parecia nem notar que eu não parava de olhar de fininho, como quem não quer nada, mais daria tudo para saber qual o motivo do seu sorriso, em outras palavras mais verdadeiras, daria tudo para ser a razão do seu belo sorriso. Talvez eu devesse ir lá, talvez não, talvez eu chame o garçom para lhe entregar um bilhete no guardanapo amassado que segurei ansioso, nervoso ou talvez eu simplesmente devesse ficar quieto, calado na minha segurando o maldito guardanapo amassado sonhando alto, pensando o que deveria fazer para vê-la sorrir, talvez uma piada ou uma cantada barata ou talvez eu não precisasse fazer absolutamente nada, a não ser sorrir e ela com toda sua delicadeza sorriria também, ou talvez a única coisa que eu precisava era para de pensar, então parei e pensei que ela nunca me notaria, eu não pareço ser o tipo de homem que lhe chame atenção, não faço o tipo romântico apaixonado, logo me encontrei no pesadelo sem fim, mais de uma coisa fiquei certo mudaria tudo em mim só para agradá-la, e de tanto pensar ela partiu sem saber o efeito que casou sobre mim. Ela pediu a conta com a mesma delicadeza que sorria e se foi, e com ela foi os sonhos mais alucinantes que tive em um curto prazo de tempo, com ela se foi o sorriso mais lindo que eu já havia encontrado e se foi também a minha grande chance de ser feliz.
E hoje ando de bar em bar procurando o sorriso que me fez viajar no mais alucinante desejo de amar.
Jussara Costa
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