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domingo, 25 de agosto de 2013

SINTO-ME

Sinto-me mulher, quando me atrevo a fazer as coisas sem perguntar as pessoas sobre o certo ou errado, o caminho mais curto ou o caminho mais digno.
Sinto-me menina, quando acordo na madruga, ou em uma noite fria de desconforto vou correndo pedir abrigo no quarto dos meus pais.
Sinto-me mulher, quando defendo os fatos que acredito, sem remediar, sem amedrontar-me com o que os outros vão pensar sobre isso.
Sinto-me menina, quando a curiosidade de mexer no que esta quieto, me faz na grande maioria das vezes quebrar coisas, cara, sentimentos.
Sinto-me mulher, quando decididamente consigo colocar a casa em ordem, preparar um almoço especial aos domingos e aconselhar uma pessoa mais velha que eu.
Sinto-me menina, quando estou rodeada de meus amigos, rindo das coisas mais bobas da vida,  e celebrando o afeto entre eles.
Sinto-me...
Trechos do livro. 

Jussara Costa

terça-feira, 13 de agosto de 2013

SOBRE O QUE NÃO VIVI



O que não vivi, mas presenciei no incalculável e curioso olhar e ouvidos dos desabafos recebidos com o intuito de aliviar os delírios do coração. Não vivi um relacionamento de longa data, mas pude perceber na angustia do depois como cada historia tem um pouco de quase tudo igual. Vivemos a procura do príncipe, sapo, lobo, gato, vivemos a procura do amor correspondido, do amor indestrutível, do amor sem igual. E quando se encontra, parece à realização plena, o desejo realizado, então amam enlouquecidamente, demasiadamente, como se fossem eternos cada momento, abrem mão de tudo de todos, dos caprichos, das manias, dos defeitos e de outras coisas mais. E exatamente quando se esta segura do que possui, adormecem como se nunca estivessem acordados.

Depois de um calculável tempo acaba a magia, e todas as outras coisas construídas a dois, pela simples razão de saber que amanhã vai ser tão igual quanto agora, você vai ligar pra pessoa amada e convida-la para fazer as mesmas bobagens de sempre e depois de amanhã e todos os outros dias também.

Então veja bem, do cardápio que não exige receitas prontas mais atrevimento constante, ao menos uma vez façamos algo novo, desfrutemos da maravilhosa arte de amar, relacionamentos não vivem de fachada, se por alguma razão não está onde gostaria, não acumule ilusões à pessoa amada, pois quanto maior o tempo maior a dor. Desfrute o que tens de mais valioso hoje, já estamos cansados de saber que amanhã não é dia de fazer planos.  

Amores adormecidos são como pássaros em gaiolas, não desfruta o prazer de voar. E lamentavelmente pássaro não tem escolhas. Amores são como jardins, uma vez não cultivados morrem. Não espere a tempestade para regar o que tens de mais valioso, um amor correspondido. 

Jussara Costa

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

LIÇÃO DA VIDA REAL




A vida nunca mais seria a mesma, aparte daquele dia que encontrar com a morte cara a cara, percebera o quanto teria desperdiçado cada segundo que ainda lhe restara, olhou ara trás e sem demora viu, que não era nada ate aquele exato momento, e não haveria tempo algum de ser, porque sentiu que seria a sua hora de parti, não saberia exato para onde, mais sabia que o corpo já não respondia seus comandos, e aos poucos ia se apagando, não ouvia os gritos de sua mãe desesperada ao lado, nem reagia aos comandos do doutor, era quase de manhã quando voltara de uma festinha qualquer, com uns amigos qualquer que se diziam amigos, mais eram tão inimigos a ponto de lhe oferecer um álcool, uma droga ou sei La o que, aceitara por sua inútil fraqueza de acreditar que os “garotões” tinha que usar essas coisas, tinham que ser inutilmente mais um, igual a qualquer um, vitima do próprio delírio de achar que a vida só teria sentido se estivesse na lista dos bonitos da cidade, que desfila, com ar de superioridade nariz empinado, cigarro na mão, tremendamente alcoolizados, sem lucidez para apreciar se quer a loucura que fizera.  Os “garotões” da cidade tinham todas as mulheres aos seus pés, porem por uma noite, ou uma longa noite de prazer e nada mais, os “garotões” da cidade tinham muitos amigos, era reconhecido em todo lugar que frequentara, eram considerados melhores, maiores, imbatíveis, invencíveis, e era assim que aquele garoto queria se sentir, mesmo que por poucas horas, mesmo que por alguns minutos ou segundos, a sensação não era tão ruim assim, porque se sentira um dos “garotões” da cidade. Só não lhes pergunte sobre o dia seguinte, só não lhes pergunte sobre o depois, porque era tão vazias quanto se olhar no espelho quebrado e se enxergar despedaçado mesmo não estando, e que em qualquer momento real, seria ele o espelho quebrado, que mesmo remendado, haveria as marcas registradas pra sempre, para quem o olhasse, seria apontado como o fracassado, e assim que queria mesmo ser chamado para sempre ou por todos os dias, restante de sua vida, tão sem vida, tão sem valor algum, é preferível o espelho quebrado e olhar para ele todas as manhas sem reclamar da forma estranha de se enxergar, do que ver e sentir na própria pele. Pois é justamente assim que os “garotões” da cidade se enxergam, espelhos inquebráveis, aparentemente felizes e realizados, por ser tão inútil nessa vida, aparentemente filhos de papai, que se envergonha de chamar de filhos. E um dia a sorte pousa ao seu lado, cedo ou tarde de mais, com volta ou sem volta, com tempo de correr atrás do prejuízo, ou com tempo de ao menos se envergonhar disso, de serem meros passageiros sem valor algum. E um dia desses de cara com a morte lamenta-se pelo que foi, e pelo que não poderia mais ser.

 Jussara Costa

terça-feira, 6 de agosto de 2013

AO LEITOR


E quando a gente pensar em desistir pensa que não vai encontrar mais inspiração pra escrever qualquer bobagem, que ninguém vai perder seu misero tempo lendo coisas fúteis de gente sentimental sonhadora e babaca, vem alguém de outro lugar do mundo e diz pera ai, cadê você que nunca mais me escreveu? Tenho esperado sabia? Esperado diariamente como se fosse um fortificante pro meu dia entendi? Quem você pensa que é pra chegar e deixar a gente entrar nesse espaço enriquecedor e sumir assim de uma hora pra outra? É, pois é soltei um riso medonho, medroso como de costume, mais dessa vez mais intenso, dessa vez mais significativa, pois tudo tem lá suas razões, até o riso sabia? Então cara to aqui pra dizer que é por você leitor número um, que vou continuar a escrever minhas loucuras e despachar para cada rabisco meu o que se passa nesse coração pequeno e apertado e ao mesmo tempo imenso e comovente, delicado, retardado, mais que acredita um dia poder dar sentido a vida de alguém, e se for de alguém que leu algum rabisco meu, já é de imensa alegria, felicidade, sou desses seres humanos que se contenta com felicidade alheia, e não é por bem, nem é por mal é porque felicidade alheia contagia quem chega perto.